segunda-feira, 4 de março de 2024

O LIVRO SUA MAJESTADE XCIII - ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

 Impactado!

É esse o adjetivo que começo o post, para descrever como me senti ao ler o livro.

É um livro intrigante e poderoso!

Após mergulhar nas páginas de "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago (1922-2010), me vi profundamente envolvido em um mundo de reflexões perturbadoras e inquietantes.

José Saramago

A narrativa visceral e a escrita magistral do autor levam a uma jornada emocional intensa, na qual se confrontou com a fragilidade da condição humana e a escuridão que pode residir dentro de cada um de nós.

Cada palavra pareceu ecoar como um grito de alerta para a complexidade das relações sociais, a falta de empatia e as consequências devastadoras da negação da humanidade. A experiência da leitura foi tão marcante que deixou reflexões profundas sobre a natureza da existência e o valor da compaixão.
Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1998, Saramago é considerado a maior expressão da literatura portuguesa contemporânea.

"Ensaio sobre a Cegueira" é um livro tão impactante por vários motivos, mas também, como disse Saramago quando ainda escrevia o livro: "decidi que não haverá nomes próprios no Ensaio, ninguém se chamará Antonio ou Maria, Laura ou Francisco, Joaquim ou Joaquina. Estou consciente da enorme dificuldade que será conduzir uma narração sem a habitual, e até certo ponto inevitável, muleta dos nomes, mas justamente o que não quero e ter de levar pelas mãos estas sombras a que chamamos personagens, inventar-lhes vidas e preparar-lhes destinos."
Essa edição mantém a grafia vigente em Portugal


E assim foi. Os protagonistas do livro são: o médico, a mulher do médico, o primeiro cego, a mulher do primeiro cego, a rapariga dos óculos escuros, o rapazinho estrábico e o velho da venda preta.

A história começa quando um homem a dirigir seu veículo e parado em um semáforo, perde completamente a visão. Vai consultar com o médico oftalmologista que horas depois também perde a visão. A partir daí desencadeia uma onda de cegueira por toda a cidade.

Esses cegos são colocados, pelo governo, em um manicômio abandonado, para proteger a população da contaminação. Vigiados à mão forte, não podendo sob hipótese nenhuma sair dali e, cada vez chegando mais e mais cegos, tornando o ambiente um caos.
Sem nenhuma ajuda de outras pessoas, sem condições mínimas de higiene, com um mínimo de comida, a condição humana chega a um nível de degradação descomunal.
Com a chegada de mais cegos, uma gang do mal se instala no manicômio e só faz o tormento e a degradação humana aumentar.

A cegueira branca como é contada no livro, devora, mais do que absorve, não só as cores, mas as próprias coisas e seres.

Enfim, o livro é uma imensidão de sentimentos profundos, que nos leva a refletir, neste momento, que grande parte do mundo se assombra e se cega.

Diz Saramago: "mas já estamos todos cegos".

Boa leitura!

Professor Mario Mello


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