quarta-feira, 22 de abril de 2020

O LIVRO SUA MAJESTADE XXXIX - PERGUNTE AO PÓ

Principal obra do escritor americano John Fante, o livro "Pergunte ao Pó", é daqueles de leitura obrigatória para os amantes de histórias complexas.

Capa do livro
John Fante nasceu no Colorado em 1909 e aos 22 anos já publicava seu primeiro conto The American Mercury. Também roteirista de cinema, foi um dos ídolos do escritor Charles Bukowski.

Aliás, Bukowski é quem escreve o prefácio de Pergunte ao Pó, e escreveu:
O jovem John Fante
"Por meio de outras circunstâncias, finalmente conheci John Fante este ano. Mas, deixem-me dizer que o jeito de suas palavras e o jeito do seu jeito são o mesmo: forte, bom e caloroso".

Sempre que leio um livro, procuro buscar sua essência. Neste caso, a essência é de um livro romântico.
Mas não é um romantismo cheio de sonhos difíceis de se alcançar, mas sim um romantismo real onde os protagonistas vivem a "vida real" e se amam por isso.

Nosso protagonista Arturo Bandini é pobre, sofredor, mora num hotel de última categoria em Los Angeles e se dedica muito para ser um escritor famoso.

O livro ainda traz a desigualdade social vivenciada na época (1930-1940) nos Estados Unidos, bem como o preconceito contra imigrantes. 
Capa do livro, em inglês 

Na ânsia de ser o escritor famoso que almejava, Bandini em uma de suas narrativas diz: "Você tem 10 anos para escrever um livro. Vá com calma, saia e aprenda sobre a vida, caminhe pelas ruas. Precisa de uma mulher, precisa de um banho, precisa de um bom empurrão, precisa de dinheiro". 

Sem dinheiro, como sempre, Arturo Bandini vai a um bar e com seu último níquel pede um café com creme.
Acha péssimo o café, mas a história a partir daqui toma um rumo diferente, pois ele se encanta com a garçonete. Uma mexicana chamada Camilla Lopes.

A paixão dos dois é arrebatadora e mostra as mazelas do amor. Entre carinho e amor também surgem as brigas e discussões. A velha dubiedade dos relacionamentos.
Fante descreve várias cenas românticas do casal, entre elas, banho de mar sob o lindo luar da Califórnia.

Bandini se apaixonou tanto por Camila que narra, certa vez: 
"O que estão os outros fazendo, o resto das pessoas no mundo? Eu vou sentar e olhar para ela, Camilla Lopez".

A história também traz o problema das drogas. A droga é mesmo uma DROGA. A livro mostra um pouco ou muito dos males às pessoas.

Também tema de filme, Pergunte ao Pó, não teve tanto sucesso como o livro. 
Cena do filme
É curioso isto né? Temos vários exemplos assim e outros que o filme faz sucesso e o livro nem tanto.

De qualquer forma, li o livro e depois assisti o filme. Invariavelmente o livro é melhor. É mais cheio de detalhes.
Faz o leitor imaginar os personagens e os lugares.
A mente trabalha mais buscando todos os detalhes de uma leitura.
Gosto dos dois, mas sou mais do livro.
Deserto de Mojave


Obviamente não vou contar o fim da história. 

Apenas, que ele acontece no deserto mais seco e árido dos EUA, o Deserto  de Mojave, no sudeste da Califórnia.

Talvez daí o nome de "Pergunte ao Pó".

Meus amigos, leitura imperdível!

Professor Mario Mello



O LIVRO SUA MAJESTADE XXXVIII - OS QUATRO COMPROMISSOS

Lendo o livro "A morte é um dia que vale a pena viver" lá pelas tantas, a autora faz referência ao livro "Os quatro compromissos".

Fico curioso sempre que alguém comenta de algum livro, e, como gosto muito de leituras "aleatórias", vou atrás.

Foi o que aconteceu com esta "jóia" que encontrei:
Os quatro compromissos.

O livro retrata parte da Filosofia Tolteca, sendo inspirador e com grandes ensinamentos. É o caminho Tolteca para a liberdade.

Dom Miguel Ruiz
O autor, Dom Miguel Ruiz, nasceu em uma família de curandeiros, no México, que já previra que Miguel abraçaria seu legado centenário de cura, ensinamento e continuidade da sabedoria Tolteca.

Os Toltecas, civilização de milhares de anos atrás, do Sul do México, eram conhecidos como homens e mulheres de sabedoria. Alguns antropólogos referem-se a eles como nação ou raça, mas na verdade eram cientistas e artistas que se associaram para explorar e conservar a sabedoria espiritual.

Miguel, abandonou sua aldeia, formou-se em medicina e uma experiência de quase-morte, o fez repensar o rumo de sua vida. Essa experiência aproximou-o novamente da sabedoria ancestral, tornado-o um nagual (segundo os Toltecas é um mestre, aquele que guia os indivíduos até sua liberdade pessoal).

Os nagual por muito tempo foram obrigados a manter sua existência na clandestinidade, porém as antigas profecias anunciavam a vinda de uma era em que seria necessário devolver a sabedoria ao povo.

Cheio de ensinamentos e reflexões o livro é um guia e o caminho Tolteca para a liberdade.

Com passagens do tipo:
"Se você tem necessidade de sofrer, vai encontrar facilmente quem o ajude nessa missão"

"O perdão é a única forma de cura. Podemos optar por ele porque, sentimos compaixão de nós mesmos"

"Os seres humanos estão mentalmente doentes, vítimas de uma mal chamado medo"

Essas são algumas das reflexões que o livro nos traz, segundo os ensinamentos Toltecas.

Baseado na sabedoria ancestral o livro revela a fonte de crenças autolimitantes que nos roubam a alegria  e muitas vezes criam sofrimentos desnecessários.

Nós nascemos com a capacidade de aprender a sonhar, e os toltecas que viveram antes de nós, nos ensinaram a sonhar sem medo das crenças que limitam esses sonhos.

Para não estragar a curiosidade da busca por este livro, não vou aqui revelar quais são os quatro compromissos. Os quatro são incondicionalmente caminhos para a liberdade.
Confesso que um deles me impressionou muito.

Enfim, Dom Luiz nos traz à luz parte da cultura espiritual Tolteca para que possamos (quem entender assim, claro) juntar com nossas crenças em busca da liberdade, felicidade e amor.

Além do conteúdo, o livro é belíssimo em sua forma. O papel é um papel especial, colorido com belas ilustrações o que torna ainda mais agradável a leitura e o manuseio.

Sem dúvida, é uma ótima leitura!

Professor Mario Mello



segunda-feira, 20 de abril de 2020

ESPAÇO - CONVIDADOS DO BLOG


Ana Luiza





Texto escrito por Ana Luiza Poche
Acadêmica do curso de Engenharia de Produção-UFSM




Leia por prazer e não se cobre... Ou não cobre dos outros.


Talvez você já tenha visto em alguma rede social os resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil de 2016. Se ainda não encontrou nenhum desses dados rolando no seu feed do Instagram, vou avisando que os resultados para os brasileiros não foram bons. 

A média nacional de leitura é de 2,43 livros por ano, isso considerando apenas os livros que foram lidos até a última palavra. Se considerar livros lidos em partes, então o resultado até da uma melhorada, chegando a 4,96 livros por ano. O que não é muito, se compararmos com outros países.  Por exemplo, a França, que nem é o país que mais lê no mundo, tem a média anual de 21 livros

Antes que você comece a pensar que deve ler mais e fazer metas mirabolante (porque eu sou desse tipo de pessoa) ou, então, simplesmente ignore que esse fato tem impacto no desenvolvimento de um país, quero dizer que o meu objetivo de expor esses fatos não é para convidar você para ler mais livros, mas sim falar sobre um tema ignorado: motivação para manter o hábito.

pesquisa que mencionei acima revelou mais um dado interessante. Segundo ela, o maior motivador dos leitores em ler é o gostar. Seguido por motivação de se atualizar ou por conhecimento geral distração. Enfim, arriscando fazer uma interpretação errada desses resultados, acredito que o prazer em ler, independente de efeitos secundários (desenvolvimento pessoal e profissional, benefícios no vocabulário, criatividade...), é o que primeiro mantém o hábito. A recompensa, como apontaria Charles Duhigg em seu livro O Poder do Hábito.

Uma prova pessoal disso é o fato da minha mãe, no ano passado, ter lido em torno de 80 livros. Desconsiderando o fato dela ser aposentada, o que ajuda muito ela ler esse volume de livros, ela leu coisas que ela gostava e com o intuito de se divertir fazendo isso. Para ela, ler não é algo que ela faz para ganhar dinheiro ou que deve ser visto como trabalho, é sim um hobby.

Acho que a maioria das pessoas com quem eu convivo colocam a leitura nesse rótulo: um hobby que traz prazer e outros efeitos secundários. Não esquecer dessa definição pode te ajudar muito na manutenção do hábito da leitura. Por que estou dizendo isso? Porque, nesse ano, uma dificuldade que a minha mãe leitora tem passado é a culpa por ler apenas um tipo de gênero. Pior ainda: ter uma lista de lidos que não tem representantes dos endeusados clássicos.

Nossas discussões sobre isso acabam sempre com nós duas chegando na mesma conclusão: se não gera renda, se não há um desejo maior (como: quero ler um livro para melhorar tal habilidade) e está com tempo livre, leia o que quer por diversão prazer. Afinal, é um hobby. Você, com o tempo, pode sentir desejo de melhorar ele. Pode querer sair da zona de conforto. Ler autores de nacionalidades que não conhece. Pode ler livros consagrados pela crítica especializada. Ler aquele clássico cheio de palavras novas e parágrafos rebuscados. Pode não gostar de ler clássicos ou até pode ser alguém com muita bagagem pra falar de um gênero específico. Mas não perca a essência do hobby. Faça algo por prazer, que seja bom para você, sem culpa ou por status.

Leia para estimular a imaginação, se aventurando em clássicos da ficção científica ou até os novos romances. Leia para decodificar um passado real ou fantasioso e entender os reflexos que trás para nossa atualidade. Leia para sentir e viver novas vidas, e entender a magnitude que certos eventos são para pessoas diferentes de nós. Ou leia apenas para relaxar e se distrair. Independente das razões que vão te levar a um livro, tenha nessa atividade o máximo de prazer possível.

Por fim, quero deixar 3 livros que me recompensaram com horas de diversão e indico para qualquer pessoa que quer começar a ler ou melhorar o hábito:
Assassinato no Expresso do Oriente, da Agatha Christie: Livro gostosinho de ler, pequeno, fácil de acompanhar os fatos, com um mistério bem instigante para qualquer pessoa que gosta de quebra-cabeças. Além disso, tem ótimas adaptações que pode ajudar muito na experiencia literária. Se já olhou o filme que saiu em 2017, pelo diretor Kenneth Branagh, aconselho ler, ainda da mesma autora, Morte no Nilo. Só posso repetir os elogios. 



Jogador nº 1, do Ernest Cline: Essa ficção científica teve uma adaptação para os cinemas recentemente também. Se ainda não viu o filme, aconselho fortemente ler antes. É fácil de ler, tem muitas referências da cultura geek dos anos 80/90 (o que eu amo muito porque conheço a maioria). O enredo é leve apesar de trazer críticas nas entrelinhas. Acredito que para quem já leu Admirável Mundo Novodo Aldous Huxley vai poder fazer alguns paralelos.

- A Revolução dos Bichos, do George Orwell: Clássico, uma leitura formidável. E para não chover mais no molhado, vou apenas dizer que o enredo é fácil de ler e você pode fazer vários paralelos com algumas notícias recentes do mundo. 



Link sobre materiais citados:

sexta-feira, 10 de abril de 2020

O LIVRO SUA MAJESTADE XXXVII - DEMIAN

Publicado logo depois da Primeira Guerra Mundial, em 1919, este romance de Hermann Hesse, tem uma característica de penetrante filosofia impregnada em sua história.
O livro Demian é considerado um divisor de águas na trajetória do alemão Hermann Hesse.

A obra trata com precisão assustadora, e acertou em cheio o nervo da época, arrastando toda uma juventude para um encantamento agradecido.

O protagonista da história é o jovem Emil Sinclair que diz que a vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo e que a ascese humana nessa vida é encontrarmos a nós mesmos num mundo que, de início, é diferente de nós.
A busca de Sinclair pode ser descrita neste pequeno trecho do livro:
"Há os que jamais chegam a ser homens e continuam sendo rãs, esquilos e formigas. Outros são homens da cintura para baixo. Mas cada um deles é um impulso em direção ao ser. 
Todos temos origens comuns: as mães; todos proviemos do mesmo abismo, mas cada um - resultado de um tentativa ou impulso inicial - tende a seu próprio fim. Assim é que podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se."

Pintura de Salvador Dali (1943)
Há quem faça comparações da história com uma pintura de Salvador Dali onde o pintor mostra o planeta Terra, cujo meio é rasgado por um homem que tenta libertar-se daquela clausura e apontando para um dos continentes, um ser feminino tendo a seus pés uma criança muito assustada, mostra o que parece sangue saído do rasgo do planeta.

O jovem Sinclair sofre bullying de Franz Kromer no colégio e aproxima-se, então, de Max Demian, que percebe o sofrimento de Sinclair, dando a ele a primeira de muitas lições.
O amizade de Sinclair com Demian não só era repleta de mistério como tinha uma atração própria, que deixa o leitor sempre na expectativa dos próximos acontecimentos.

Depois, afastado de Demian, Sinclair cai numa vida de excessos de noitadas, bebidas e fica cada vez mais isolado em seu íntimo, tendo problemas na escola e na família.

Já sem contato com Demian há algum tempo e sem saber onde encontra-lo, Sinclair muda de colégio e cidade uma vez que já completara 18 anos.

Eis que, perambulando por uma das ruas da nova cidade Sinclair encontra Demian e se tornam amigos inseparáveis. Sinclair vê em Demian, não mais um ser superior a ele, mas um igual em relação a si mesmo.

Mas, numa das conversas Demian diz que sua mãe sabe muito sobre Sinclair e que conhece-lo pessoalmente. A partir daí tudo muda e Sinclair se apaixona pela mãe de Demian, Eva.

Foi uma época de ouro para Sinclair só terminada pelo início da guerra. 
Demian, montado num cavalo, dá a notícia para Sinclair que estava indo à guerra. Não tardou para que Sinclair também fosse convocado.

 A partir daí, vai acontecendo o desfecho para o final da história, que é surpreendente e emocionante.

O que se passa com Sinclair, na história, é em parte a irreverência que Hermann Hesse admitia em relação à psicanálise. A individuação.

Bom, o livro é imperdível, pois além de ser um clássico da literatura mundial, é intenso e inquieto.
Leia que vale a pena!

Professor Mario Mello



domingo, 5 de abril de 2020

O LIVRO SUA MAJESTADE XXXVI - MOSCA ESPANHOLA


"Às vezes eu penso que Colombo estava errado. O mundo talvez seja plano. Existe o céu e existe o inferno, e, em algum ponto entre eles, as planícies do Texas ocidental. Na desolação causticante daqui, não há o menor indício visível da curvatura da terra."

Will Ferguson
Com este trecho começa a história de Jack McGreary, morador de uma minúscula, pobre e pacata cidade texana onde as tempestades de areia eram uma constante em sua vida.

História escrita pelo autor canadense Will Ferguson, Mosca Espanhola é uma crítica divertida e melancólica ao sonho americano, representado na figura ambígua e familiar do malandro trapaceiro, cujo aprendiz deverá superar o mestre inventando um novo golpe.
A história se passa nos Estados Unidos no fim dos anos 1920 e início de 1930.
Sem nenhuma perspectiva na cidade, embora passasse horas e horas na biblioteca lendo, Jack vê chegar a cidade uma dupla de golpistas e trambiqueiros, Virgil e Senhorita Rose. 
Pelo seu conhecimento, através das leituras, em vez de entrega-los a polícia, junta-se a eles para deixar sua vida para trás e partir com eles.
Imagem do livro. Tempestade
de areia no Texas.

Juntos aplicam golpes por todo EUA, dos mais simples aos mais sofisticados, com um único lema: não é crime se a vítima entrega o dinheiro de livre e espontânea vontade.

Jack é imediatamente absorvido por esta vida de dinheiro e bebida, com o sucesso dos golpes itinerantes pelos Estados Unidos.

Depois de perambular por várias cidades americanas, o trio fica milionário ao estabelecer-se numa cidade dedicando-se à venda do placebo afrodisíaco Mosca Espanhola. 

Baseado numa história real, o personagem Virgil, o grande vigarista, relata do decorrer do livro, várias histórias de vigaristas reais. Ou seja, os golpes aplicados pelos três, alguns já haviam sido aplicados em outras épocas e as pessoas ainda caíam como "patinhos". 
Bonnie and Clyde

A história faz uma alusão ao casal de criminosos norte-americanos Bonnie e Clyde, que roubavam e matavam e a mais temível dupla do país formavam, em sua época (1930). 
Porém existia uma grande diferença: nosso trio de protagonistas e golpistas da história, jamais usaram uma arma ou mataram alguma de suas vítimas.

Um de seus lemas era promover a falsa esperança às suas vítimas, e com isso, usurpar dinheiro, sempre "de livre e espontânea vontade". Nunca à força.


As duas últimas partes do livro, são devotadas ao grande golpe da Mosca Espanhola, conhecido por ser um poderoso afrodisíaco, obviamente fraudulento. O sucesso de vendas pelo correio da Mosca Espanhola foi estrondoso, porém o orgulho dos compradores não permitia, a eles, admitir que tinham sido enganados. E, assim, as vendas continuavam.

Bem, assim a história vai se desenvolvendo por vários meses pelo território americano. 
Porém, chega um dia da separação do trio.

E aí vem o grande desfecho da história: Jack foi um grande aprendiz e Virgil um grande mestre. 
Será que o aprendiz Jack, superará seu mestre Virgil?

Essa pergunta só será respondida nas últimas páginas do livro.

É uma história imperdível, divertida, real e que tem reflexos até os dias de hoje, com os golpes que ainda vemos serem aplicados, seja pela internet, pelo conto do bilhete premiado, pelo filho sequestrado, entre tantos outros que dia-a-dia são notícia.

Não deixem de ler! É uma história e tanto!

Professor Mario Mello



sábado, 4 de abril de 2020

O LIVRO SUA MAJESTADE XXXV - O CORCUNDA DE NOTRE DAME

Esse livro clássico da literatura, teve sua primeira publicação em 1831. Escrito pelo consagrado autor francês Victor Hugo, teve em seu objetivo inicial, conscientizar o público francês da necessidade de conservar a Catedral de Notre Dame.

A história se passa em 1482 em Paris, tendo como seu principal pano de fundo a Catedral de Notre Dame. Porém a obra não se limita à Catedral, e também descreve a sociedade da Paris Medieval com os contrastes de seus personagens.

O protagonista da obra, um homem coxo e deformado, batizado de Quasímodo, foi abandonado aos 4 anos de idade na porta da Catedral, devido à sua deformidade. A partir daí vive sempre na Catedral sendo, já adulto, designado a guardar os sinos de Notre Dame.

Se apaixona por uma bela cigana chamada Esmeralda. Porém, este amor não correspondido faz de Quasímodo um homem sofrido e recluso nas entranhas da Catedral.

A cigana Esmeralda dança diariamente na praça em frente a Catedral e é sempre observada por Quasímodo e pelo arquidiácono Claudio Frollo. 
Pois aí vem o grande segredo do enredo. 
Frollo perturbado pela beleza de Esmeralda, e obviamente por ser padre, querendo afastar-se da tentação, ordena que Quasímodo rapte a moça, porém o corcunda não consegue seu intento.
Frollo atormenta-se pelo conflito entre o amor à Esmeralda, e o amor à Deus.

Tempos depois a cigana Esmeralda é acusada de assassinato e para escapar da acusação deveria se entregar a Frollo.

Esmeralda é levada a Catedral onde é protegida pelo apaixonado Quasímodo.

A cigana não aceita se entregar a Frollo e diante da recusa Frollo foge com Esmeralda e a entrega para uma mulher reclusa no chamado "buraco dos ratos".
Bom, a história se desenrola assustadoramente cativante. 
Por motivos óbvios não vou contar o final, mas asseguro que é deveras surpreendente.

Victor Higo, ainda no livro, destaca a importância das grandes obras arquitetônicas para a arte. 
O Corcunda de Notre Dame, talvez tenha aberto algumas perspectivas verdadeiras com relação à arte da Idade Média. 

Pois bem, esta obra histórica nos faz refletir muito sobre compaixão, amor ao próximo, injustiça e também ao preconceito.
Disse Quasímodo em certa ocasião: "A desgraça é que pareço ainda demais um homem. Gostaria de ser totalmente animal como esta cabra."

É um livro exuberante em todo seu conteúdo e vale muito a pena ser lido.
Para quem já esteve em Paris e conhece a Catedral, o livro, é uma viagem histórica a este que é um dos símbolos arquitetônicos do mundo: A Catedral de Notre Dame.

Boa leitura!

Professor Mario Mello