sábado, 28 de março de 2020

O LIVRO SUA MAJESTADE XXXIV - A MORTE É UM DIA QUE VALE A PENA VIVER

Começo este post agradecendo minha querida sobrinha Professora Carla Mello Cielo da UFSM, pela dica de leitura. Já é a segunda dica de leitura em pouco tempo, que "pesquei" no Facebook da Carla.
Já percebi que suas indicações são "certeiras".


Você quer uma verdade inquietante?

Já ouviu falar em "Cuidados Paliativos"?

Quer um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida?

Sabe a diferença de empatia e compaixão?

Pois então, a médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes, tem a coragem de lidar com um tema que ainda é um tabu: tratar a morte de pacientes que não têm mais chance de cura, de uma forma diferente da medicina convencional.

No livro "A morte é um dia que vale a pena viver" a Dra. Ana Claudia mostra a todos nós como podemos encher de significado a própria vida, a fim de que a morte seja um dia que valha a pena ser vivido.

Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. 

Os Cuidados Paliativos há bem pouco tempo no Brasil ganharam status de política pública. 
Os Cuidados Paliativos consistem na assistência, promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, do tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.

Ana Claudia conta várias experiências e faz uma crítica construtiva a grande maioria dos médicos. Segundo ela, os médicos aprendem a tratar da doença e não do doente.

"Alguns médicos profetizam: não há mais nada a fazer. Mas eu descobri que isso não é verdade. Pode não haver tratamentos disponíveis para doença, mas há muito mais a fazer pela pessoa que tem a doença."


"Um diploma não mostra o sentido da vida, portanto não nos iludamos com certificados. A importância que damos a nossa vida não pode ser trabalhada pelo currículo Lattes. Se não sabemos onde está nossa importância, dificilmente seremos capazes de fazer alguma coisa na vida de alguém."

Passagens como as acima, que têm no livro, nos mostram a dimensão da mudança que significa tratar de algum doente terminal com os Cuidados Paliativos.


A autora conta as experiências com doentes em seus últimos instantes de vida, abordando suas histórias de vida, seus arrependimentos, enfim, questões que os remédios não podem mais elucidar.

Confesso a vocês que este livro traz uma verdade inquietante (como escrito na primeira frase) e que não deixa você, ao menos se perguntar: quero que me "entupam" de remédios até o último instante ou não.

Difícil né?  
O que recomendo é: leiam. 
O livro trás muitas indagações e algumas certezas.

Vá em frente e enfrente!

Professor Mario Mello









sexta-feira, 27 de março de 2020

Poema "Cura" - publicado em 1869


Cura

Poema de Kathleen O'Meara
Escritora e bióloga irlandesa-francesa
Publicado em 1869

E as pessoas ficaram em casa.
E leram livros e ouviram.
E descansaram e se exercitaram.
E fizeram arte e brincaram.
E aprenderam novas maneiras de ser.
E pararam.
E ouviram fundo
Alguém meditou
Alguém orou
Alguém dançou
Alguém conheceu sua sombra
E as pessoas começaram a pensar de forma diferente.
E pessoas se curaram
E na ausência de pessoas que viviam de maneiras ignorantes,
Perigosas, sem sentido e sem coração,
Até a Terra começou a se curar.
E quando o perigo terminou.
E as pessoas se encontraram.
Lamentaram pelas pessoas mortas.
E fizeram novas escolhas.
E sonharam com novas visões.
E criaram novos modos de vida.
E curaram a Terra completamente.


Planeta Terra hoje 27 março 2020
Visão de futuro ou coincidência ?
Tomara que o final seja o mesmo do poema!

Para refletir.

Professor Mario Mello

domingo, 15 de março de 2020

O LIVRO SUA MAJESTADE XXXIII - O CHARUTO DE CHURCHILL

Winston Churchill era um homem que amava os charutos.

Começando o post com esta frase dá uma ideia do tema central do livro "O Charuto de Churchill" cuja história é encantadora sobre um caso de amor que se consumia diariamente na fumaça.

 O charuto de Churchill foi um símbolo de resistência durante a Segunda Guerra Mundial.
Winston Churchill - 1874-1965
O charuto se tornou tão importante que o Serviço de Inteligência Inglês em parceria com conceituados cientistas da época, testava os charutos em ratos, para detectar um possível risco de sabotagem ou envenenamento do então primeiro-ministro do Reino Unido.

Como Churchill ganhava muitos presente, muitas vezes de origem suspeita, a preocupação com a sabotagem era muito grande.


O livro retrata uma boa parte da vida de Churchill sempre com o foco principal nos charutos.
Segunda algumas estatísticas Churchill teria fumado cerca de 200.000 charutos ao longo de sua vida. Sua filha Mary, perguntada certa vez sobre isso, desconversou, não admitiu, mas também não desmentiu. O fato é que até seus últimos dias de vida, Churchill não largava de seus charutos.

Churchill foi um homem notável. Foi considerado, recentemente em pesquisa da BBC, como o maior britânico de todos os tempos.
Em 1953 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Reconhecido mundialmente como um dos homens mais corajosos capitaneou a resistência europeia e venceu Hitler, acabando com a Segunda Guerra Mundial.

Também foi pintor, habilidade esta desenvolvida numa fase ruim de sua vida, onde a depressão bateu à sua porta, porém Churchill soube contornar e voltar a vida pública e política.

Na Austrália, como colônia inglesa por muitos anos, existe uma cidade chamada Churchill e possui um obelisco com cerca de 4 metros de altura, representando um charuto.

Pois bem, o livro é uma grande caminhada pelo labirinto de arquivos do Churchill College e na Cambridge University trazendo fatos e acontecimentos, grandiosos e pitorescos, alegres e tristes, mas, sempre demonstrando a determinação deste incrível personagem da história mundial.


O livro retrata os milhares de charutos ganhos de presente por Churchill.
Sua ligação com fabricantes de charutos da Inglaterra e principalmente de Cuba.
Sua amizade duradoura com um empresário cubano chamado Antonio Giraudier, lhe rendeu por décadas o abastecimento de seu estoque de charutos, com os melhores do mundo.
Esse abastecimento durou até a revolução de Fidel Castro em Cuba, de onde o empresário cubano teve que fugir, pois sua fábrica foi confiscada pelo o governo em prol da revolução.

Fidel Castro, também se tornou um aficcionado por charutos, obviamente para promover a principal industria cubana.
Fidel quando soube das remessas de Giraudier para Churchill, resolveu também enviar charutos de presente para o premiê inglês que prontamente não aceitou e devolveu todas as remessas à Fidel, alegando que não poderia receber presentes, que na sua origem estavam banhados de sangue.
Esses charutos enviados de Fidel para Churchill, deram origem a famosa e considerada hoje a melhor marca de charutos do mundo, o COHIBA.

Bem, o livro é espetacular e conta até o último dia da vida de Churchill.
Já debilitado disse Churchill: "Acho que eu morreria rápido se me aposentasse. Não pode haver sentido em viver quando não há nada para fazer."
Churchill fumou seu último charuto na noite de 9 de janeiro de 1965. Depois de uma suave baforada o charuto ofereceu um último prazer. E, enquanto era colocado no cinzeiro, ele já estava quase morto.
Ele sofreu um colapso, perdendo a consciência vindo a falecer duas semanas depois, dia 24 de janeiro de 1965.

Por fim, convido-os a ler este singelo, mas importante livro, de um dos personagens mais emblemáticos dos últimos séculos.

Deixo também a imagem de um homem feliz com seu eterno amor: o charuto.


Boa leitura!

Professor Mario Mello