terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Crônica de Minha Autoria Vencedora do Concurso Literário AGEA 2021 - O LIVRO SUA MAJESTADE





O LIVRO SUA MAJESTADE

O prazer da leitura deve ser saboreado lentamente pelos apaixonados de um mundo de certezas e incertezas, fantasias e realidades, sonhos e desatinos. Os livros nos levam à viagens só nossas. Ninguém mais viaja conosco nesta imensidão de emoções que a leitura proporciona. Mesmo para alguém que tenha lido o mesmo livro que você, as emoções e as visões são diferentes.

Fico imaginando o pensamento de um autor. Quantas interpretações e emoções diferentes são proporcionadas em diferentes pessoas ao mesmo tempo e no mesmo livro? Que fantástico para o autor saber que está mexendo com centenas de pessoas que leem suas obras. Que fantástico criar personagens que inspiram amor e ódio, esperança e desatinos, alegria e tristeza, nos leitores. Tramas fantasiosas e ao mesmo tempo reais que muitas vezes imaginamos estar acontecendo na nossa própria rua.

Pelo lado do leitor, a oportunidade de participar, mesmo que involuntariamente, da história é fantástica. É comum nos vermos juntos na trama e pensando: Por que não fazer assim? Por que não fazer de outra maneira?

Os livros poderiam ser "receitas literárias". Exemplo: você chegaria numa livraria especializada, conversaria com o livreiro e pediria: Quero um livro para dor de cabeça; ou, quero um livro para reumatismo; ou ainda, quero um livro para ansiedade, ou mais, quero dois livros para gripe, ou também, quero um livro para pressão alta. O livreiro, como se fosse um farmacêutico literário, depois de fazer algumas perguntas ao "paciente" faria a prescrição do livro perfeito para cada um. Se fosse para a gripe a receita seria: 8 páginas quando acordar pela manhã, 5 páginas depois do almoço e 20 páginas ao entardecer, pois nesta hora normalmente os sintomas da gripe se manifestam com mais intensidade.

E assim as receitas literárias se espalhariam pelos muitos pacientes.

Enfim, os livros nos fazem ouvir em silêncio, alimentar a alma e por isso, o livro não perde sua majestade. 


Professor Mario Mello
Dezembro/2021