As inúmeras histórias da Segunda Guerra Mundial cada vez trazem mais perplexidade em função da desumanidade pratica por Hitler e suas tropas.
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A obsessão de Hitler pelo expansionismo da Alemanha e seu antissemitismo gerou o maior conflito da humanidade com mais de 60 milhões de mortos.
A expansão territorial defendida pelos alemães fazia parte de um elemento da ideologia nazista que defendia a formação de um “espaço vital” que abrigaria os arianos. A prosperidade dos alemães seria garantida por meio da exploração de povos enxergados como “inferiores”.
Entre tantos terríveis capítulos da Segunda Guerra está a impetuosidade de Hitler em saquear obras de arte dos países dominados por ele.
Neste contexto entra nossa história de hoje que é o livro "Salvando a Mona Lisa". A escritora Gerri Chanel fez uma profunda pesquisa do período em que se iniciou a invasão nazista na França até o final da guerra.
"Salvando a Mona Lisa" conta a extraordinária batalha de renegados curadores e funcionários dos museus, para proteger o Louvre e seus tesouros dos ávidos nazistas.
No final de 1939 quando a guerra começou a eclodir na Europa, os curadores do Museu do Louvre guardaram o quadro mais famoso do mundo em um estojo especial forrado com veludo vermelho e o enviaram ao Vale do Loire, ao sul da França, para proteger da iminente guerra.
Assim, aconteceu com milhares de obras do Louvre que foram embaladas e transportadas por centenas de caminhões para vários castelos na França com o mesmo intuito de proteção à guerra. Isso gerou um trabalho fenomenal e gigantesco para dezenas de curadores e funcionários dos Museus Nacionais que arriscaram a própria vida e de sua família, para proteger a importante e numerosa arte dos museus franceses, tanto dos bombardeios quanto do saque dos alemães.
Quanto mais os nazistas de aproximavam de Paris os franceses se apressavam para despachar as obras-primas para vários castelos ao sul da França. Antes e durante a ocupação nazista as equipes dos museus lutou muito para manter inestimáveis tesouros longe das mãos de Hitler.
Nessa incrível batalha, muita vezes silenciosa, um francês chamado Jaques Jaujard (1895-1967) foi o grande mentor e protetor das obras do Louvre e especialmente da Mona Lisa que era o tesouro mais precioso. Jaujar é reconhecido como o grande herói na proteção das obras de arte uma vez que conseguiu várias negociações importantes de proteção, tanto com o governo francês (submisso aos nazistas), quanto com as autoridades alemães.
Jaujard pastoreou os tesouros do Louvre à segurança com uma quantidade inimaginável de energia e uma milagrosa mistura de diplomacia e sagacidade.
Outra grande personagem e heroína, foi Rose Valland. Ela se infiltrou e espionou os nazistas durante 4 longos anos. Após o final da guerra viveu para localizar e devolver, à França, milhares de obras de arte roubadas pelos nazistas.
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Guarda com a Mona Lisa |
A Mona Lisa sempre foi a maior preocupação dos protetores da arte. Sua embalagem era identificada com uma espécie de código secreto para que não fosse reconhecida por qualquer pessoa durante essas constantes migrações das obras entre os vários esconderijos nos castelos.
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Nazista Göring |
O nazista mais obcecado por saquear obras de arte dos franceses era o General Hermann Göring. Na foto ele aparece com uniforme de gala e seu bastão cravejado de joias. Göring era implacável com os curadores franceses na busca por obras que aumentassem o seu acervo particular. Chegou, em certa oportunidade, levar à Alemanha mais de mil obras para ele e para Hitler.
O livro traz tantas passagens deste período da guerra e destes episódios sobre as artes, onde muitas dessas passagens são revoltantes, demais. Os nazistas chegaram à crueldade de queimar centenas de obras, inclusive de Picasso, com a simples suspeição de que àqueles artistas eram simpatizantes do comunismo.
Bem, como o enredo faz parte da triste história da Segunda Guerra Mundial, o final do livro pode ser facilmente previsto: as obras voltaram ao Louvre com o final da guerra em 1945 e lá presenteiam seus visitantes até hoje com o encantamento de uma arte de centenas de anos.
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Mona Lisa voltando ao Louvre |
Na foto de 1945, a Mona Lisa sendo desembalada no retorno ao Louvre.
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Graças a muitos heróis, protetores da arte, pode-se novamente contemplar a pintura mais famosa do mundo no memorável Museu do Louvre, onde dezenas de pessoas diariamente se apinham para aquela foto especial.
Então, para quem gosta destas histórias da Segunda Guerra Mundial, não deixe de ler este extraordinário livro com um encantador e poderoso relato de homens e mulheres que lutaram, alguns até a morte, para salvar o patrimônio da França.
Como disse a heroína Rose Valland do porquê arriscar a vida pelas obras de arte:
"Salvar um pouco da beleza do mundo"
Professor Mario Mello