Começo este post agradecendo minha querida sobrinha Professora Carla Mello Cielo da UFSM, pela dica de leitura. Já é a segunda dica de leitura em pouco tempo, que "pesquei" no Facebook da Carla.
Já percebi que suas indicações são "certeiras".
Já ouviu falar em "Cuidados Paliativos"?
Quer um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida?
Sabe a diferença de empatia e compaixão?
Pois então, a médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes, tem a coragem de lidar com um tema que ainda é um tabu: tratar a morte de pacientes que não têm mais chance de cura, de uma forma diferente da medicina convencional.
No livro "A morte é um dia que vale a pena viver" a Dra. Ana Claudia mostra a todos nós como podemos encher de significado a própria vida, a fim de que a morte seja um dia que valha a pena ser vivido.
Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente.
Os Cuidados Paliativos há bem pouco tempo no Brasil ganharam status de política pública.
Os Cuidados Paliativos consistem na assistência, promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, do tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
Ana Claudia conta várias experiências e faz uma crítica construtiva a grande maioria dos médicos. Segundo ela, os médicos aprendem a tratar da doença e não do doente.
"Alguns médicos profetizam: não há mais nada a fazer. Mas eu descobri que isso não é verdade. Pode não haver tratamentos disponíveis para doença, mas há muito mais a fazer pela pessoa que tem a doença."
"Um diploma não mostra o sentido da vida, portanto não nos iludamos com certificados. A importância que damos a nossa vida não pode ser trabalhada pelo currículo Lattes. Se não sabemos onde está nossa importância, dificilmente seremos capazes de fazer alguma coisa na vida de alguém."
Passagens como as acima, que têm no livro, nos mostram a dimensão da mudança que significa tratar de algum doente terminal com os Cuidados Paliativos.
A autora conta as experiências com doentes em seus últimos instantes de vida, abordando suas histórias de vida, seus arrependimentos, enfim, questões que os remédios não podem mais elucidar.
Confesso a vocês que este livro traz uma verdade inquietante (como escrito na primeira frase) e que não deixa você, ao menos se perguntar: quero que me "entupam" de remédios até o último instante ou não.
Difícil né?
O que recomendo é: leiam.
O livro trás muitas indagações e algumas certezas.
Vá em frente e enfrente!
Professor Mario Mello
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