segunda-feira, 6 de setembro de 2021

O LIVRO SUA MAJESTADE LXXIV - OS SETE ENFORCADOS

A décima novela que li, das dez "Novelas Imortais", organizadas pelo escritor Fernando Sabino, chama-se "Os sete enforcados". 


Escrita por Leonid Andreiev (1871-1919), um dos mais importantes autores de contos da 
literatura russa, também foi um dos mais emblemáticos escritores pessimistas. Sua obra literária é povoada de infelizes personagens que inspiram compaixão. 

Leonid Andreiev

Os sete enforcados é uma trama sobre homens e mulheres presos, à espera do fim iminente - da morte!

Andreiev discute na novela o sentido da vida a partir da prisão, e, muito mais que isso, a dúvida sobre a legitimidade da pena de morte.

A novela conta a rápida trajetória de sete condenados ao enforcamento, que vão para uma prisão de segurança máxima para aguardar a temida hora da execução. 

Desses sete condenados, cinco são jovens ativistas que planejaram a morte de um ministro. Foram delatados por alguém e assim impedidos de praticar o atentado sendo presos, julgados e condenados. Dos outros dois condenados um era um ladrão e outro um assassino confesso.

Colocados na prisão, em celas individuais, aguardavam angustiados e torturados psicologicamente (por eles mesmos) à espera da morte. Em uma passagem da novela, uma dos condenados reflete:

"Nunca pensara na morte, e não fazia dela uma imagem clara - mas agora percebia-a nitidamente; via-a, sentia que ela penetrara na cela e tateava à procura dele. Para salvar-se, pôs-se a correr pela cela exígua, enlouquecido."

Com doses perfeitas de realismo o autor mostra as incertezas e inseguranças do homem diante do anunciado fim. Dia e noite o único som ouvido nas celas era de um relógio que badalava seu sino de 15 em 15 minutos com toques longos e melancólicos. Isso provocava um tormento sem fim nos condenados.
Enfim, uma noite chegou a hora de partir da prisão para o enforcamento. Novas angústias e tormentos se apossaram dos condenados. O personagem principal era a morte.

Quero finalizar dizendo que ao ler a última das dez novelas que Fernando Sabino, com maestria selecionou na literatura mundial, fico com a sensação de que esta foi a melhor. Mas já tinha falado isso antes sobre outras das novelas. Não sei......
Só sei que é uma leitura imperdível para conhecer as fraquezas humanas e o suplício no aguardo da morte.
Surpreendente, excepcional, admirável!!!!

Professor Mario Mello

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