quarta-feira, 22 de maio de 2024

O LIVRO SUA MAJESTADE XCVII - ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

 Resolvi revisitar algumas fábulas como Alice no País das Maravilhas. Li este livro pela primeira vez há muitos anos atrás e não lembrava direito da história e dos personagens.

Lewis Carroll
A história escrita por Lewis Carroll (pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson, 1832-1898) foi publicada em 1865 e tornou-se uma das obras mais célebres da literatura "nonsense".

A menina Alice, da fábula, é uma "pessoa de verdade" chamada Alice Liddell (1852-1934) que conviveu com o escritor por vários anos de sua infância, pois Lewis Carroll era um reverendo anglicano britânico e professor de matemática. Além disso foi um excelente fotógrafo. Sua ligação com a família Liddell era muito próxima. Começou a despertar desconfiança na mãe de Alice, e houve então um rompimento das relações com a família. 

Até hoje pesquisadores da vida de Lewis Carroll, que tinha uma paixão platônica pela menina, não têm respostas para esta dúvida sobre a vida de Carroll.

Porém, como diz a tradutora da obra, Marcia Heloisa, sobre a vida de Carroll: "no terreno desconfortável da dúvida, entendi o que deveria fazer nesta introdução: deixar Dodgson, na sombra, lugar que ele sempre preferiu, e levar Alice para a luz."

Linda edição da Darkside
A história, cheia de personagens únicos que habitam um lugar peculiar, para onde Alice foi transportada após cair numa toca de coelho.

A trama é uma mistura de aventuras e desafios, onde Alice tenta navegar e entender as regras do País das Maravilhas, um lugar onde nada é o que parece.

Ao longo da narrativa, Alice encontra personagens icônicos como o Gato Risonho, a Lagarta Azul, o Chapeleiro Maluco, a Lebre de Março, o Coelho Branco, a Tartaruga de Mentira, a Rainha de Copas, entre outros.

Cada encontro com esses personagens é marcado por diálogos enigmáticos (característica do escritor que revela uma lógica do absurdo) e situações irracionais que desafiam a lógica e as convenções do mundo real.

Alice, a Lebre de Março e o Chapeleiro

Uma passagem interessante do Chapeleiro é que ele passava o tempo inteiro tomando chá (uma alusão aos britânicos). Só, que ele não lavava a louça, porque não tinha tempo, e então, ficava fazendo rodízio na mesa onde tinha xícaras limpas (dá para ver na figura ao lado várias xícaras posicionadas). Achei genial esta passagem.

Aliás, o livro é todo ilustrado para mostrar os bizarros personagens que conviveram com Alice. 

O capítulo que mais gostei, foi quando Alice entra no jardim da Rainha e encontra três jardineiros pintando rosas brancas com tinta vermelha. 

Chegando perto Alice presenciou o seguinte diálogo: "Preste atenção, Cinco! Está me sujando de tinta. Foi sem querer, pois o Sete me deu uma cotovelada. Sempre botando a culpa nos outros, disse Dois."

A Rainha, O Rei, O Valete e seus súditos eram cartas de um baralho. Por isso no diálogo anterior os personagens se chamavam pelos números. Outra "sacada" genial do autor.

Enfim, o livro é uma grande obra de difícil interpretação, pois tem dois livros em um só: um para crianças e outro para adultos.

Para as crianças, Alice no País das Maravilhas é uma aventura mágica, pois Alice percorre uma jornada repleta de personagens bizarros e cenários extraordinários, cheios de surpresas.

Para os adultos, o livro oferece uma certa profundidade, pois através do humor sutil, dos trocadilhos inteligentes, pode-se perceber as nuances filosóficas e psicológicas presentes na história. Outro ponto interessante é a subversão das normas e a natureza da realidade.

Alice quando criança
Falando um pouco da edição, o livro é belíssimo. 
Todo ilustrado para o leitor conhecer os personagens, além de trazer rascunhos do original escrito por Carroll. 
Tem também, muitas fotos da Alice, à época que o livro foi escrito. Muito interessante!!!
Essa edição da Editora Darkside é simplesmente encantadora.

É sem dúvida uma obra-prima atemporal da literatura.
Quem já leu há tempo, sugiro ler novamente.
Quem ainda não leu, não perca a oportunidade. 

Para finalizar deixo um só adjetivo para o livro:
"Enigmático"

Boa leitura!

Professor Mario Mello

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